REFRIGERANTE “ZERO” PODEM ELEVAR RISCO DE GORDURA NO FÍGADO, APONTA ESTUDO CHINÊS
- GUIA MIRAI

- 8 de out.
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Por Guia Miraí
Um novo estudo científico acendeu o alerta para o consumo de refrigerantes “zero” ou “diet”. A pesquisa, conduzida por especialistas do Departamento de Gastroenterologia da Universidade de Soochow, na China, sugere que até mesmo o consumo diário de uma lata dessas bebidas pode aumentar significativamente o risco de desenvolver doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA).
Segundo os pesquisadores, beber uma lata de refrigerante diet por dia pode elevar em 60% o risco de desenvolver a condição, enquanto o consumo de bebidas açucaradas tradicionais aumenta o risco em 50%. O estudo, ainda em fase de publicação, analisa os efeitos metabólicos dos adoçantes artificiais usados nessas versões “sem açúcar”.
“As bebidas açucaradas sempre foram alvo de críticas, enquanto as versões ‘diet’ são vistas como alternativas mais saudáveis. Mas nosso estudo mostra que, mesmo em pequenas quantidades, as bebidas sem ou com baixo teor de açúcar estão associadas a um risco maior de MASLD (doença hepática metabólica associada ao fígado gorduroso)”, explicou o autor principal do estudo, professor Lihe Liu, da Universidade de Soochow.
O que é a DHGNA
A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) ocorre quando há acúmulo de gordura no fígado em pessoas que consomem pouco ou nenhum álcool. Essa condição é frequentemente associada ao sedentarismo, à obesidade e a hábitos alimentares inadequados.
Com o tempo, o acúmulo de gordura pode causar inflamação e lesões no fígado, levando a complicações graves como cirrose e até câncer hepático. O problema é considerado silencioso, pois seus sintomas iniciais costumam ser leves ou inexistentes, dificultando o diagnóstico precoce.
Os cientistas destacam que os adoçantes usados em refrigerantes “zero” — como aspartame, sucralose e acessulfame-K — podem interferir no metabolismo e na microbiota intestinal, impactando o funcionamento do fígado.
“Esses compostos, embora não contenham açúcar, ainda provocam reações bioquímicas que afetam a regulação de gordura no organismo”, afirma Liu. Segundo ele, o consumo frequente pode alterar o modo como o corpo processa a glicose e os lipídios, resultando em maior propensão ao acúmulo de gordura hepática.
Especialistas em nutrição e hepatologia recomendam moderação no consumo tanto de refrigerantes açucarados quanto dos adoçados artificialmente. A substituição por água, sucos naturais e bebidas sem aditivos químicos é considerada uma alternativa mais segura.
A pesquisa reforça um alerta que vem sendo feito por diversas entidades de saúde ao redor do mundo: mesmo as opções “sem açúcar” podem não ser inofensivas, especialmente quando consumidas diariamente e em longo prazo.
“A melhor estratégia para proteger o fígado é manter uma alimentação equilibrada, evitar o consumo de ultraprocessados e praticar atividade física regular”, conclui o professor Liu.









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