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“TRANQ”: A DROGA INJETÁVEL QUE APODRECE A CARNE E FAZ CAIR MEMBROS PREOCUPA AUTORIDADES DE SAÚDE NOS EUA

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • 15 de out.
  • 2 min de leitura
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Por Guia Miraí

(Com informações de O Tempo)


Substância usada em animais é misturada ao fentanil e provoca necrose, feridas graves e amputações em usuários


Uma droga apelidada de “Tranq”, composta pelo sedativo veterinário xilazina, está se tornando uma grave ameaça à saúde pública nos Estados Unidos. A substância, quando misturada ao fentanil, vem causando uma onda de casos de necrose tecidual severa, feridas profundas e até amputações espontâneas entre usuários.

Por sua ação devastadora no corpo, a substância vem sendo chamada popularmente de “droga zumbi”.


A xilazina é um tranquilizante de uso veterinário, empregado originalmente em animais de grande porte, como cavalos e bois, para sedação e controle de dor.

Nos últimos anos, no entanto, traficantes passaram a adulterar o fentanil — um opioide sintético extremamente potente — com a xilazina, buscando prolongar seus efeitos depressivos.


O resultado é devastador: o composto reduz a circulação sanguínea, o que faz com que os tecidos entrem em necrose, apodreçam e exponham tendões e ossos.

Essas feridas profundas podem evoluir rapidamente, levando a infecções graves e amputações.


A cidade de Filadélfia, no estado da Pensilvânia, é considerada o epicentro da epidemia.

Segundo o Dr. Asif Ilyas, cirurgião ortopédico e professor da Universidade Thomas Jefferson, há cinco anos quase não existiam casos relacionados à xilazina.

Hoje, contudo, médicos e cirurgiões tratam diariamente pacientes com feridas abertas e necrose associada à droga.


“Agora estamos vendo nos grandes hospitais universitários da Filadélfia, diariamente ou semanalmente, esses casos. É uma situação alarmante”, afirmou o especialista em entrevista recente.


O problema não se restringe mais à Filadélfia.

Segundo um levantamento da Administração de Repressão às Drogas (DEA), em 2023 quase um terço das amostras de pó de fentanil testadas nos Estados Unidos estavam contaminadas com xilazina.

Além disso, uma pequena porcentagem de comprimidos falsificados também apresentou a substância, indicando que o “Tranq” está se espalhando por todo o país.


As autoridades americanas agora consideram a mistura uma crise de saúde pública, comparável à epidemia de opioides que já devastou comunidades inteiras nos últimos 15 anos.


A xilazina não responde aos antídotos tradicionais usados em overdoses de opioides, como a naloxona (Narcan).

Isso significa que, mesmo que o paciente receba o medicamento de emergência, os efeitos sedativos da xilazina permanecem, podendo causar depressão respiratória, coma e morte.


Além disso, as feridas cutâneas causadas pela droga são de difícil tratamento, muitas vezes exigindo intervenções cirúrgicas complexas e longos períodos de internação.


Especialistas alertam que a disseminação da xilazina pode se tornar um problema internacional, caso a droga chegue a outros países por meio do tráfico transnacional.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades sanitárias latino-americanas já estão em alerta, monitorando o possível avanço da substância na região.


O “Tranq” é mais do que uma nova droga: é um símbolo trágico da crise de dependência química e da vulnerabilidade social que atinge milhares de pessoas nos Estados Unidos.

Enquanto as autoridades correm para conter o avanço da substância, médicos reforçam que a informação e a prevenção são as únicas armas eficazes contra essa “epidemia zumbi”.

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