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NOVO ESTUDO DA OMS CONFORMA QUE ÁLCOOL AUMENTA RISCOS DE CÂNCER DE PÂNCREAS

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • 18 de jun.
  • 2 min de leitura
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Um novo estudo publicado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), estabeleceu uma ligação direta entre o consumo frequente de bebidas alcoólicas e o aumento do risco de câncer de pâncreas – um dos tipos mais letais da doença, conhecido por ser de difícil detecção e baixa taxa de sobrevivência.


Até então, a ciência já apontava que o consumo de álcool estava relacionado a diversos tipos de câncer, como os de mama (especialmente em mulheres), intestino, fígado, esôfago, boca, garganta e laringe. A ligação com o câncer pancreático, porém, era considerada inconclusiva e frequentemente associada a fatores como tabagismo e infecção pelo HPV. Agora, pela primeira vez, o álcool é apontado como um fator de risco independente para o desenvolvimento desse tipo de tumor.


Estudo analisou dados de quase 2,5 milhões de pessoas


A pesquisa da IARC analisou dados de 30 estudos prospectivos conduzidos em quatro continentes. Ao todo, cerca de 2,5 milhões de indivíduos foram acompanhados por um período de 16 anos. Durante esse tempo, mais de 10 mil casos de câncer de pâncreas foram registrados entre os participantes.


De acordo com Pietro Ferrari, investigador da IARC, o estudo oferece novas evidências científicas sólidas:


“O consumo de álcool é um carcinógeno conhecido, mas até agora, as evidências que o ligam especificamente ao câncer de pâncreas foram consideradas inconclusivas. Nossa análise mostrou que a associação se mantém mesmo em não fumantes, indicando que o álcool por si só já representa risco”, explicou o cientista.


Quanto mais álcool, maior o risco


Os dados revelam uma relação dose-resposta clara: quanto maior a quantidade diária de álcool consumida, maior o risco de desenvolver câncer pancreático. Veja os principais números do estudo:

• Cada aumento de 10 gramas por dia no consumo de álcool elevou o risco da doença em 3%;

• Uma cerveja comum (350 ml, 5% de teor alcoólico) contém cerca de 14 gramas de álcool puro;

• Mulheres que ingerem entre 15 e 30 gramas por dia tiveram um risco 12% maior;

• Homens que consomem entre 30 e 60 gramas por dia apresentaram aumento de 15% no risco;

• Acima dos 60 gramas diários, o risco subiu para 36%.


Cerveja e destilados oferecem maior risco que o vinho


Um ponto interessante levantado pelo estudo é que os maiores índices de risco foram associados ao consumo de cerveja e destilados. Já o consumo moderado de vinho não apresentou o mesmo padrão de associação com o câncer pancreático, embora os pesquisadores ressaltem que mais estudos são necessários para entender essa diferença.


Além disso, os resultados foram ajustados para fatores como tabagismo, diabetes e índice de massa corporal (IMC), o que reforça a solidez dos achados científicos.


Alerta global para a saúde pública


O câncer de pâncreas é considerado um dos tipos mais agressivos e silenciosos, pois geralmente é detectado em estágios avançados e possui baixíssimas taxas de cura. Com esses novos dados, especialistas reforçam o alerta sobre os riscos do consumo frequente de álcool, mesmo em quantidades tidas como moderadas.


A recomendação da OMS é que governos e instituições de saúde pública ampliem as campanhas de conscientização sobre o impacto do álcool na saúde, especialmente diante das novas evidências que mostram o risco ampliado de um câncer tão devastador.


GUIA MIRAÍ

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