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Mais da metade das autoescolas de MG podem fechar após fim das aulas obrigatórias, aponta levantamento

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • há 34 minutos
  • 2 min de leitura

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Por Guia Miraí


A retirada da exigência de aulas teóricas e práticas em Centros de Formação de Condutores (CFCs) para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) deve provocar forte impacto no setor em Minas Gerais. Um levantamento da Fecomércio-MG, em parceria com o Sindicfc-MG, indica que 51% das autoescolas mineiras correm risco de fechar as portas após a aprovação de uma nova resolução pelo Contran, aprovada nesta segunda-feira (1º), segundo a publicação.


A mudança ainda depende de publicação no Diário Oficial da União, mas o mercado afirma que os efeitos já são sentidos há meses: a simples possibilidade de dispensa das aulas teria reduzido a procura por matrículas e derrubado o volume de atividades nas autoescolas.


De acordo com o levantamento, entre as 521 empresas participantes, 98% registraram queda de receita, e mais de 70% relataram perdas superiores a 40%. Em um período de dois meses, quase metade das autoescolas entrevistadas informou que o número de matrículas caiu mais de 60%, cenário que levou gestores a adotar medidas de contenção.


Autoescolas tradicionais relatam impactados imediatos: queda abrupta no faturamento, demissões, suspensão de contratos e dificuldade para manter despesas básicas. Um exemplo citado na publicação é o de uma empresa da Pampulha, em Belo Horizonte, que descreve o momento como de retração acelerada e incerteza.


Além do impacto econômico direto, o estudo aponta preocupação social. Segundo os dados mencionados, 4.406 famílias dependem diretamente dos CFCs mineiros. Outro dado chama atenção: 15,55% das autoescolas seriam as únicas em seus municípios, o que pode significar a perda de um serviço local e a necessidade de deslocamento para outras cidades, caso haja fechamento.


Para o sindicato, a tendência é de agravamento rápido e intenso se a nova resolução entrar em vigor sem medidas de transição ou compensação para o setor.


O que muda com a nova regra?


Na prática, o fim da obrigatoriedade das aulas teóricas e práticas (mantida a etapa de avaliação, conforme o modelo descrito na publicação) pode:

• reduzir o fluxo de alunos nos CFCs, principalmente entre quem busca a CNH com menor custo;

• alterar o modelo de negócios das autoescolas, que hoje depende da carga horária mínima contratada;

• acirrar a concorrência e levar a consolidação do mercado, favorecendo empresas com maior capital e estrutura.


Representantes do setor defendem que a formação obrigatória tem papel na padronização do ensino e na segurança viária, e temem que a mudança aumente desigualdades de acesso à preparação adequada para as provas e para a condução segura.


Apesar da aprovação citada, a resolução ainda precisa ser publicada no Diário Oficial da União para produzir efeitos. Até lá, o setor acompanha:

• como será a regulamentação final;

• se haverá período de adaptação;

• qual será o impacto real na procura por serviços e no fechamento de empresas.


Com mais da metade das autoescolas apontando risco de encerrar atividades, o cenário descrito pelo levantamento é de alerta máximo em Minas Gerais. Para empresários, a mudança pode reconfigurar completamente o setor de formação de condutores no estado, com reflexos no emprego, na economia local e no acesso da população ao serviço.

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