FEMINICÍDIO EM POUSO ALEGRE CHOCA O SUL DE MINAS: MULHER GRÁVIDA É MORTA, DESMEMBRADA E QUEIMADA PELO COMPANHEIRO

Por Guia Miraí

Um crime brutal reacende o alerta sobre a violência contra a mulher no Sul de Minas Gerais. A jovem Jeane Rodrigues do Prado, de 25 anos, que estava grávida, foi assassinada pelo próprio companheiro em Pouso Alegre (MG). O caso, revelado nesta quarta-feira (6), está sendo tratado como feminicídio com requintes de crueldade. O autor do crime, Ian Lucas Pereira Rezende, de 23 anos, confessou a execução do homicídio e teve a prisão decretada pela Justiça.

Jeane estava desaparecida desde o fim de julho. O sumiço chamou a atenção da irmã, que decidiu ir até a casa do casal. Lá, foi recebida por Ian Lucas, que demonstrava nervosismo e alegou que Jeane havia saído de casa após uma discussão. Desconfiada da versão apresentada, a irmã da vítima procurou a Polícia Militar, dando início às investigações.

Durante o depoimento inicial, Ian manteve a narrativa de que Jeane havia saído voluntariamente. No entanto, diante da pressão policial e já acompanhado por um advogado, ele acabou confessando o assassinato.

Segundo o relato do suspeito, o casal discutiu intensamente no dia 30 de julho. Já durante a madrugada, Jeane teria supostamente entrado no quarto onde ele dormia com uma arma de fogo e apontado em sua direção. Ian alega que, ao tentar desarmá-la, houve um disparo acidental que atingiu o tórax da vítima.

Ainda segundo o depoimento, tomado pelo desespero, Ian teria queimado o corpo no quintal da própria casa, utilizando pedaços de madeira. Depois, recolheu os restos mortais, colocou em sacos plásticos junto ao celular e à arma, e os descartou em dois pontos distintos: uma caçamba de lixo nas margens da BR-459 e uma área próxima a uma lagoa.

Seguindo as informações do suspeito, a Polícia Militar encontrou dois sacos com ossos humanos no local indicado. O Corpo de Bombeiros Militar e a Perícia da Polícia Civil foram acionados. As equipes agora concentram os trabalhos de busca nas imediações da lagoa, em busca de mais fragmentos e evidências do crime.

O caso provocou comoção regional e reforçou o apelo por justiça e combate ao feminicídio. A vítima estava grávida, o que pode agravar ainda mais a pena do acusado. A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer todos os detalhes do crime e determinar com precisão as circunstâncias da morte.

Jeane entra para a triste estatística de mulheres vítimas de violência extrema no Brasil. O caso reforça a importância de se denunciar sinais de abuso e de fortalecer políticas públicas de proteção às mulheres.