EXAME DE SANGUE BRASILEIRO PARA ALZHEIMER AVANÇA E PODE CHEGAR AO SUS COM PRECISÃO DE 90%
- GUIA MIRAI

- 19 de out.
- 2 min de leitura

Por Guia Miraí
Uma nova descoberta científica feita por pesquisadores brasileiros promete revolucionar o diagnóstico da doença de Alzheimer. Um simples exame de sangue, desenvolvido com tecnologia nacional, demonstrou ser capaz de identificar a doença com até 90% de precisão — um avanço que pode democratizar o acesso ao diagnóstico precoce no país.
O estudo contou com a colaboração de cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or, com apoio do Instituto Serrapilheira.
Os pesquisadores validaram a proteína p-tau217 como um biomarcador altamente confiável para detectar o Alzheimer em estágios iniciais.
A principal vantagem da descoberta é a simplicidade do procedimento. Diferente dos métodos atuais — que envolvem punção lombar ou exames de imagem caros —, o novo teste requer apenas uma amostra de sangue, tornando o processo menos invasivo, mais rápido e economicamente viável.
O objetivo dos pesquisadores é levar a tecnologia ao Sistema Único de Saúde (SUS). Isso permitiria que milhões de brasileiros, especialmente os que dependem da rede pública, tivessem acesso a um diagnóstico precoce da doença, algo que hoje é limitado a clínicas especializadas e com alto custo.
Segundo o pesquisador Eduardo Zimmer, da UFRGS, um dos líderes do estudo, o grande desafio é viabilizar o acesso em larga escala:
“Quando pensamos num país como o Brasil, continental, com 160 milhões de pessoas que dependem do SUS, como vamos fazer os exames atuais em larga escala? Uma punção lombar necessita de infraestrutura, experiência, e o exame de imagem é muito caro”, explicou Zimmer.
O que isso significa na prática?
Na prática, esse avanço pode transformar o diagnóstico do Alzheimer no Brasil. Hoje, a detecção precoce é um dos principais desafios no combate à doença, já que os sintomas iniciais podem ser confundidos com o envelhecimento natural e os exames disponíveis são complexos e custosos.
Com a implementação desse teste no SUS, seria possível:
• Diagnosticar o Alzheimer em estágios iniciais, permitindo intervenções mais eficazes.
• Ampliar o acesso à população de baixa renda.
• Reduzir custos hospitalares e sociais associados ao tratamento tardio.
• Favorecer o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à saúde cognitiva.
Os próximos passos envolvem testes clínicos em larga escala e a validação regulatória junto à Anvisa. Caso os resultados continuem positivos, o exame poderá ser incorporado ao sistema público nos próximos anos.
Essa inovação reforça o papel da ciência brasileira na vanguarda de descobertas médicas e mostra que investimento em pesquisa e colaboração entre instituições pode gerar soluções acessíveis e de impacto social profundo.









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