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Caminhoneiros discutem paralisação nacional na quinta (4), mas categoria está dividida e reacendem lembranças da greve de 2018

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • há 43 minutos
  • 2 min de leitura

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Por Guia Miraí


Não há confirmação oficial de que a paralisação ocorrerá. A categoria segue dividida.


Lideranças de caminhoneiros de diferentes regiões do Brasil discutem a possibilidade de uma paralisação nacional na próxima quinta-feira (4). A mobilização, segundo representantes da categoria, seria motivada por condições de trabalho consideradas precárias, baixa remuneração e falta de segurança nas rodovias. Apesar das articulações, ainda não há consenso interno nem confirmação oficial de que o movimento vá ocorrer.


O que está sendo discutido?


De acordo com relatos atribuídos a lideranças do setor, a proposta de paralisação ganhou força nos últimos dias com a intensificação de queixas sobre o cotidiano nas estradas: longas jornadas, dificuldades para fechar fretes considerados “justos” e aumento da sensação de vulnerabilidade em trechos com maior incidência de roubos e violência.


A discussão, porém, não se traduz automaticamente em adesão. Parte do debate ocorre de forma pulverizada, com diferentes grupos e entidades avaliando cenários e capacidade de mobilização real antes de convocar uma paralisação em escala nacional.


Entre as reivindicações citadas pelas lideranças estão:

• Revisão do Marco Regulatório do Transporte de Cargas;

• Estabilidade contratual, tema recorrente sobretudo entre autônomos e motoristas que relatam insegurança na contratação e nos valores de frete;

• Aposentadoria especial para profissionais do volante, em razão das condições de trabalho e dos impactos à saúde ao longo dos anos.


Um dos caminhoneiros mencionados, Daniel Souza, afirma que o ato “não tem caráter político” e que a pauta estaria centrada em demandas práticas do dia a dia da categoria.


A possível paralisação também expôs divergências entre associações e sindicatos. Entidades como a Associação de Caminhoneiros Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC) avaliam que existe mobilização suficiente para um movimento de grande impacto. Já o Sindicam teria declarado que apoiará os trabalhadores caso a categoria decida pela paralisação.


Por outro lado, há grupos que rejeitam a ideia. Caminhoneiros autônomos da Baixada Santista se manifestaram contra uma paralisação nacional, alegando suspeita de motivação política. Representantes ligados ao Porto de Santos também afirmaram que não houve assembleia nem votação formal que respaldasse a adesão ao movimento — um ponto que aumenta a incerteza sobre a adesão efetiva.


A mera possibilidade de bloqueios ou paralisação reacende memórias da greve de caminhoneiros de 2018, quando o país enfrentou desabastecimento e fortes impactos na logística, com diversos setores parando por vários dias após protestos relacionados, sobretudo, ao preço do diesel.


Por isso, mesmo sem confirmação oficial, a discussão gera atenção em cadeias que dependem do transporte rodoviário: distribuição de alimentos, combustíveis, insumos industriais, comércio e serviços.


O que pode acontecer nos próximos dias?


Até agora, o cenário é de articulação sem unidade. Se a paralisação avançar, a tendência é que os próximos dias sejam marcados por:

• definição (ou não) de data e formato do movimento;

• tentativa de unificar pautas e ampliar adesão;

• pressão por posicionamento de entidades e, eventualmente, do poder público;

• monitoramento de possíveis impactos em rodovias estratégicas e polos logísticos.


Não há confirmação oficial de que a paralisação ocorrerá. A categoria segue dividida, e a ausência de deliberação formal citada por alguns representantes indica que, por enquanto, o movimento está no campo da possibilidade — ainda que com potencial de repercussão nacional.

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