AUMENTA O NÚMERO DE JOVENS INTERNADOS POR CONSUMO EXCESSIVO DE ENERGÉTICOS NO BRASIL
- GUIA MIRAI

- 23 de jun.
- 2 min de leitura

O consumo desenfreado de bebidas energéticas entre adolescentes e jovens adultos tem acendido um alerta em todo o país. O que antes era visto como uma simples “bebidinha” para ganhar energia em festas, treinos ou rotinas de estudo, tem levado cada vez mais jovens a serem internados com problemas graves de saúde, especialmente relacionados ao coração.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o uso frequente de energéticos pode provocar arritmias cardíacas, aumento da pressão arterial, crises de ansiedade, insônia e até parada cardíaca. Esses efeitos são potencializados em adolescentes, que estão em fase de desenvolvimento e possuem um metabolismo mais sensível aos componentes dessas bebidas — como cafeína, taurina, guaraná e outros estimulantes.
Segundo dados mais recentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da SBC, o número de atendimentos emergenciais relacionados ao consumo de energéticos aumentou em cerca de 35% nos últimos três anos entre jovens de 13 a 25 anos. A combinação dessas bebidas com álcool, muito comum em festas e baladas, agrava ainda mais os riscos. O corpo, já sobrecarregado pelos estimulantes, não consegue processar adequadamente o álcool, o que pode levar a desmaios, convulsões e até óbito em casos mais extremos.
Além disso, especialistas destacam o risco do consumo em jejum ou em grandes quantidades em curtos períodos de tempo. Nesses casos, o organismo não tem reservas suficientes para metabolizar a bebida de forma segura, resultando em uma sobrecarga cardíaca e neurológica.
A médica cardiologista Dra. Beatriz Lima, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), alerta:
“A cafeína em excesso pode ser comparada a uma droga estimulante. O coração é o primeiro a sofrer. Infelizmente, muitos jovens não têm consciência dos danos irreversíveis que podem causar ao organismo.”
O alerta tem sido compartilhado amplamente nas redes sociais e reforçado por profissionais de saúde: os pais e responsáveis precisam estar atentos, especialmente quando os filhos participam de festas, consomem bebidas desconhecidas ou apresentam sintomas como taquicardia, tremores e agitação sem causa aparente.
A recomendação dos especialistas é que o consumo de energéticos seja evitado por menores de 18 anos e controlado com rigor por adultos. A mistura com álcool deve ser totalmente desestimulada, e o uso contínuo, mesmo em pequenas doses, deve ser feito com acompanhamento médico — principalmente por pessoas com histórico de problemas cardíacos ou psicológicos.
ALERTA PARA A SAÚDE PÚBLICA
O aumento dos casos também levanta um debate importante sobre a regulação dessas bebidas. Embora o Brasil tenha regras específicas para a rotulagem de energéticos, não há controle rígido sobre a venda para menores, o que preocupa médicos e autoridades da saúde.
Campanhas de conscientização já começaram a ser planejadas por órgãos municipais e estaduais de saúde, principalmente nas escolas. A meta é reduzir o consumo entre adolescentes e promover hábitos mais saudáveis de alimentação e rotina energética.
Energia artificial pode custar caro. A vida vale mais do que algumas horas de “pique”.
GUIA MIRAÍ









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