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  • Foto do escritorGUIA MIRAI

A ERA DAS TELAS E O DESCASO COM O MUNDO REAL; ASISTA O VIDEO


Vivemos em tempos em que as telas dominam nossas vidas. Desde o momento em que acordamos até o último olhar antes de dormir, somos bombardeados por informações e imagens projetadas por nossos dispositivos digitais. Com essa constante conexão ao mundo virtual, algo mais profundo parece estar acontecendo: "de repente, a realidade tornou-se indiferenciada à sua volta", como diria José Saramago em sua obra "Ensaio sobre a Cegueira".


A frase captura perfeitamente a sensação de alheamento que muitos de nós experimentamos. O mundo real, com seus sons, cheiros, texturas e interações humanas, gradualmente se desintegra diante de nossos olhos. Olhamos, mas não vemos; escutamos, mas não ouvimos. As telas, que deveriam servir como pontes para novas informações e comunicações, acabam por ser muros que nos isolam daquilo que está ao nosso redor.


Essa "cegueira branca" moderna não é mais causada pela falta de luz, mas pela abundância dela. As luzes azuladas dos smartphones, tablets e computadores ofuscam a natureza e as interações físicas, criando uma ilusão de conectividade enquanto desconectam as pessoas de seus próprios entornos. Em espaços públicos, é cada vez mais comum ver pessoas imersas em seus dispositivos, ignorando o que acontece a poucos metros de distância.


A preocupação aqui não é apenas com a tecnologia em si, mas com o que ela nos faz ignorar. As conversas profundas, os olhares trocados, a observação silenciosa do mundo que nos cerca estão sendo trocados por distrações superficiais e passageiras. No final, somos seduzidos por um mundo que nos promete tudo, mas que nos faz perder o essencial: a presença no aqui e agora.


A realidade física e tangível, que antes era o centro de nossas atenções, agora compete com um universo digital que nos absorve completamente. Como reverter esse processo? É possível redescobrir o valor do mundo real em uma época em que o virtual está em toda parte?


Saramago, em sua obra, alerta para os perigos de uma sociedade que, ao se desconectar do essencial, corre o risco de se perder em uma cegueira coletiva. Talvez, seu "Ensaio sobre a Cegueira" seja mais relevante agora do que nunca. Afinal, se continuarmos a desviar nossos olhares do que está ao nosso redor, o que restará daquilo que um dia chamamos de realidade?



(Baseado no texto de José Saramago)

GUIA MIRAÍ

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