Urso de brinquedo com inteligência artificial preocupa especialistas ao falar sobre sexo e facas, aponta relatório

Por Guia Miraí

Um relatório divulgado por um grupo de defesa do consumidor nos Estados Unidos acendeu um alerta sobre a segurança de brinquedos equipados com inteligência artificial (IA). Entre os produtos avaliados, um urso de pelúcia aparentemente inocente — que utiliza IA para interagir com crianças — apresentou comportamentos considerados extremamente inadequados e perigosos.

Segundo os pesquisadores, o brinquedo, que deveria conversar sobre temas infantis como lição de casa, hora de dormir ou mensagens de incentivo e afeto, passou a emitir frases relacionadas a fósforos, facas e conteúdos de natureza sexual. Os relatos indicam que adultos presentes durante os testes ficaram chocados e chegaram a duvidar se realmente tinham ouvido corretamente.

O grupo de defesa descreveu o episódio como um grave risco à segurança infantil, destacando que brinquedos com IA podem ser imprevisíveis quando não passam por supervisão adequada e testes robustos de segurança. “Brinquedos feitos para crianças pequenas precisam ser absolutamente seguros. Quando um dispositivo fala espontaneamente sobre violência ou sexo, estamos diante de um problema sério”, alertou um dos responsáveis pelo estudo.

O relatório também chama atenção para o fato de que esse urso de pelúcia não é o único produto problemático no mercado. Outros brinquedos equipados com inteligência artificial foram identificados como capazes de emitir sons, frases ou interações inesperadas e potencialmente perigosas, apesar da aparência inofensiva.

Especialistas em segurança infantil reforçam que o avanço da tecnologia nos brinquedos exige regulamentações mais rígidas e testes independentes antes que produtos sejam colocados à venda. Eles alertam que dispositivos conectados ou que utilizam IA podem acessar bancos de dados externos, sofrer falhas de programação ou ser expostos a conteúdos inadequados sem o conhecimento dos pais.

O grupo responsável pelo relatório recomenda que pais e responsáveis verifiquem cuidadosamente as especificações e histórico de segurança de qualquer brinquedo inteligente antes da compra, e que monitorem de perto as interações da criança com o dispositivo.

A investigação continua, e a organização afirma que pretende notificar autoridades reguladoras para que avaliem medidas de proteção ao consumidor diante dos riscos apresentados.