O mundo tem vivido dias desfavoráveis a mente humana.
Muitos trabalham muito, outros não tem trabalho, outros passam fome, outros lutam pra colocar algo na mesa. As pessoas vivem na pressa, correndo pra dar conta do que é necessário e o dia é curto. Família, trabalho, faculdade, casamento, filhos, decepções, frustrações e o resultado vem e é muito negativo quando não se tem o cuidado necessário com a mente.
Ansiedade. Depressão. Esquizofrenia. Transtornos alimentares. Estresse pós traumático. Somatização. Transtorno bipolar. Transtorno obsessivo-compulsivo, entre outros...
Você já ouviu essa frase?
"Suicídios sobem sem parar e matam mais que acidente de moto".
Essa frase impactou a gente demais. Acidente de moto é sempre muito feio porque o motociclista está vulnerável. A gente consegue enxergar a falta de segurança que um motoqueiro tem.
Mas e a saúde mental, como a gente faz pra ver?
Mesmo que todas as pessoas que colocam o suicídio como a salvação dos problemas e andassem por aí com a cara mais triste do mundo, ainda assim seria difícil poder ajudar todo mundo que precisa de acolhimento. E esse número triste e invisível não pára de crescer aqui no Brasil.
Conversamos com a Psicóloga Camila Rosse, do consultório AtivaMente sobre o assunto. Ela trouxe para nós o seguinte:
"Recentemente a Folha de São Paulo publicou essa frase que impactou muitas pessoas: "Suicídio sobem sem parar e matam mais que acidente de moto.
É gritante o contexto que estamos vivenciando atualmente frente a saúde mental. O que pode ser exemplificado pelo fato do Brasil estar vivendo uma "segunda pandemia" nesse contexto, uma vez que nos deparamos com diversas pessoas cada vez mais ansiosas e deprimidas, como nunca visto antes."
A situação de estar perdido pesa a um ponto tão elevado, que as pessoas acabam se entregando de uma forma extrema.
Segundo a Psicóloga Camila Rosse, "Precisamos reforçar a importância do autocuidado e de novos hábitos para nossa rotina, com o intuito de contribuir para nossa qualidade de vida e nosso bem estar físico e emocional. Vai ao psicólogo não quem é louco, mas sim, quem não quer ficar louco."
O assunto é tão amplo, que os dados dos malefícios causados por tudo isso é grande .
O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
Enquanto no mundo o número de suicídios tem diminuido, aqui no Brasil ele aumenta.
"Tudo é em forma de tentar sair da vida que a gente leva, afirma Ana Paula da Silva,39 anos Ela conta que tem episódios de automutilação e que tentou tirar a própria vida cinco vezes, relembrando uma infância de ausências: "Às vezes, a gente só tinha o almoço ou a janta".
Reforça a Piscologa Camila Rosse, "a importância de incluir em nossa rotina autocuidados como por exemplo: leitura, caminhada ao ar livre, cuidar dos pensamentos e das emoções, se tratar com compaixão e respeitar nossos limites, ter uma rotina alternando trabalho com descanso, cuidar da qualidade do sono, entre outros."
O pior vilão dessa história é a cultura de ver saúde mental como besteira ou frescura. Isso faz com que as pessoas se vejam sem saída e busquem essa 'solução definitiva'.
Preste atenção se alguém perto de você precisa de ajuda e procure o Centro de Valorização da Vida no número 188, que atende ligações gratuitas, 24 horas por dia.
GUIA MIRAI
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