SECA SEVERA: NÍVEL DE ÁGUA DESPENCA EM MEIO A PROLONGADA ESTIAGEM

A grave situação do sistema Paraopeba, que abastece Belo Horizonte e região metropolitana, tem gerado preocupação crescente devido à queda acentuada nos níveis de água, agravada por uma estiagem que já se prolonga por 133 dias. Segundo dados da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o nível do sistema caiu 6,8% apenas no último mês, evidenciando a severidade da crise hídrica.

Comparando os dados de agosto deste ano com os de agosto do ano passado, o cenário é ainda mais preocupante: o nível de água está 23% menor. No primeiro dia deste mês, o sistema Paraopeba registrava 71,5% de sua capacidade. No entanto, nesta sexta-feira (30), o nível caiu para 64,7%, o mais baixo em quatro anos para o período, superando o recorde negativo de 53,2% registrado em janeiro de 2020.

A falta de chuvas agrava ainda mais a situação. Em todo o mês de agosto, não foi registrado um único milímetro de precipitação em todo o sistema Paraopeba, conforme divulgado pela Copasa. Em contraste, no mesmo período de 2023, foram registrados 68,4 mm de chuva, uma quantidade considerável para a época.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê a possibilidade de chuvas para Belo Horizonte em meados de setembro, próximo ao dia 10. Entretanto, segundo o professor Marcelo Libânio, especialista em Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os períodos mais chuvosos historicamente se concentram entre os meses de outubro e novembro, o que pode indicar que a crise hídrica ainda deve perdurar por algum tempo.

A redução drástica no nível de água do sistema Paraopeba reforça a necessidade urgente de medidas para a gestão e conservação dos recursos hídricos, diante de um cenário de incertezas climáticas cada vez mais intensas.

por GUIA MIRAI

(com informações de O Tempo)