PALÁCIO DO CONGRESSO NACIONAL COMPLETOU 65 ANOS DIA 21/04
- GUIA MIRAI
- 22 de abr.
- 2 min de leitura
Obra foi projetada por Oscar Niemeyer

O Palácio do Congresso Nacional completou 65 anos nesta segunda-feira (21).
A data da inauguração da obra coincide com o aniversário de Brasília e marca a transferência do Poder Legislativo do Rio de Janeiro para a nova capital. Projetada por Oscar Niemeyer, a construção é um dos principais monumentos da cidade e a favorita do arquiteto.
Suas duas cúpulas, sendo a do Senado voltada para baixo e a da Câmara para cima, são consideradas ícones do modernismo.
Niemeyer costumava declarar sua predileção pelo Congresso. Em entrevista concedida ao jornal Correio Braziliense em 1999, o arquiteto relembrou a concepção do Palácio e seu carinho pelo projeto:
– Lembro-me quando os apoios da cúpula da Câmara foram retirados e o Palácio surgiu, simples e monumental. Com as cúpulas soltas no ar, destacando a importância hierárquica que representam. Era a integração da técnica com a arquitetura. Duas coisas que devem nascer juntas e juntas se enriquecer. E me apaixonei pela solução adotada – disse.
O arquiteto Fábio Chamon Melo, autor de dissertação de mestrado sobre a concepção do Congresso Nacional, explica a simbologia das duas cúpulas e sua relação com o processo legislativo.
– Cada uma de uma forma mostraria que ali há duas casas distintas, mas que comungam de uma solução estrutural, solução inteligente, pois estabelece o diálogo mas diferencia as duas casas de forma potente e criativa.
Completa o conjunto arquitetônico do Congresso Nacional uma coleção de obras de arte e mobiliário do modernismo brasileiro e estrangeiro, pensada para ocupação dos salões internos. Defendida no ano passado na Universidade de Brasília (UnB), a dissertação de Chamon se preocupa em mapear esse patrimônio histórico.
Ele considera a arquitetura e seus interiores indissociáveis.
– Internamente, o edifício deveria retratar esse ambiente palaciano modernista de forma mais potente. A presença de obras de arte era fundamental para alcançar essa feição palaciana – explica.
O mobiliário, segundo Matta e Chamon, é mais um capítulo dessa história. A ideia de Niemeyer para os móveis que integrariam o Palácio do Congresso só foi executada entre 1970 e 1971. Nesse período, foi necessária a reformulação do edifício principal para retirar gabinetes que estavam instalados no Salão Verde.
Niemeyer aproveitou a oportunidade para complementar seu trabalho propondo a ambientação dos principais salões e gabinetes com mobiliário consagrado, incluindo algumas peças de sua autoria, além de obras de arte de importantes artistas nacionais.
– Essa coleção possui móveis que foram desenvolvidos especificamente para o Congresso Nacional e estão disponíveis para toda sociedade que frequenta o edifício – destacou Chamon.
Brasília é o primeiro conjunto urbano do século 20 a receber o título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1987.
– Como primeira cidade moderna a ser tombada no mundo, é uma grande responsabilidade do país zelar por esse bem, porque ele é tão representativo que pertence também ao mundo e não só à sociedade onde está inserido – ressaltou Chamon
GUIA MIRAI
(com informações de Pleno News)
Comments