MINAS GERAIS DECRETA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA DIANTE DO AVANÇO DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

O Governo de Minas Gerais decretou, nesta sexta-feira (2/5), situação de emergência em saúde pública por 180 dias devido ao preocupante aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. A medida permitirá a adoção imediata de ações administrativas e assistenciais para ampliar a capacidade de resposta da rede estadual, incluindo a contratação de profissionais, aquisição de insumos e abertura de novos leitos hospitalares.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o decreto é mais um passo no planejamento estratégico iniciado ainda em 2023, para enfrentar as doenças respiratórias típicas dos meses mais frios do ano. O secretário de Saúde, Fábio Baccheretti, destacou que, desde outubro do ano passado, o estado já vem atuando junto aos municípios com capacitações, materiais técnicos e apoio direto para abertura de leitos.

Até o dia 26 de abril, Minas Gerais registrou 26.817 internações por SRAG e 397 mortes apenas em 2025. Crianças de até 1 ano e idosos acima de 60 anos são os mais afetados, concentrando a maioria dos casos graves que requerem hospitalização.

Para enfrentar a pressão crescente sobre os hospitais, a SES-MG iniciou o repasse de incentivos financeiros às unidades de saúde que abrirem ou adaptarem leitos clínicos pediátricos. Em março, foram inaugurados 12 leitos semi-intensivos no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, especialmente voltados ao atendimento de casos de bronquiolite. A unidade também está pronta para ativar mais 10 leitos de CTI pediátrico, caso a demanda aumente.

"Estamos preparados, mas a situação exige um esforço contínuo, especialmente na abertura de novos leitos em regiões mais afetadas", reforçou Baccheretti. Ele garantiu que o estado dispõe de recursos e mantém contato direto com os gestores municipais para acelerar as respostas.

Minas Gerais já conta com uma Sala de Monitoramento de Vírus Respiratórios desde abril, que acompanha em tempo real a circulação dos principais vírus causadores de doenças respiratórias no estado. O ambiente técnico permite decisões rápidas e integradas nas áreas de vigilância, assistência e vacinação. Além disso, o Comitê Estadual de Vírus Respiratórios continua realizando reuniões quinzenais para ajustar estratégias conforme a evolução do cenário.

Como uma das principais armas no combate às doenças respiratórias, a vacinação contra a influenza foi ampliada no estado. Desde 26 de abril, toda a população acima de 6 meses de idade pode receber a vacina, com meta de cobertura vacinal de 90%. Minas já recebeu 5,7 milhões de doses para distribuir aos municípios.

Para facilitar o acesso da população, 222 "vacimóveis" — vans adaptadas como salas de vacinação móveis — estão circulando por todo o território mineiro. "Temos vacinas eficazes contra a maioria dos vírus, como influenza e covid-19. A única exceção é o vírus sincicial respiratório, que ainda não tem vacina, mas é um dos mais perigosos para bebês. Por isso, é essencial vacinar e adotar medidas de prevenção", alertou o secretário Baccheretti.

Outro eixo fundamental da estratégia estadual é a qualificação contínua dos profissionais de saúde. A SES-MG tem promovido treinamentos, webinários e aulas online sobre prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias.

"Estamos presentes nos territórios, apoiando cada cidade com planejamento e agilidade. Nossa força estadual está pronta para garantir uma resposta eficaz e proteger a população mineira durante esse período crítico", concluiu Baccheretti.

GUIA MIRAI

(com informações da Secretaria Estadual de Saúde)