Ministério da Saúde anunciou entrega de 5,6 milhões de unidades de combinação de antirretrovirais; paciente poderá tomar apenas um comprimido
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira, 9, que finalizou a distribuição de 5,6 milhões de unidades de um novo medicamento que deve simplificar o tratamento de pessoas que vivem com o vírus HIV, causador da aids. Trata-se da combinação dos antirretrovirais dolutegravir 50mg e lamivudina 300mg, que permite que os pacientes passem a utilizar apenas um comprimido por dia — e não mais dois -. A abordagem, com a droga produzida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tinha sido anunciada como parte do novo protocolo para tratamento da infecção no Congresso Brasileiro de Infectologista em Setembro do ano passado.
Segundo o ministério, diante da disponibilidade atual do remédio, ocorrerá um processo gradativo para migrar o terapia para suprimir o vírus com dois comprimidos para somente um.
A pasta informou, em nota, que o novo medicamento integra uma estratégia para eliminar o HIV e a aids como problemas de saúde pública e que, no ano passado, o investimento de fármacos contra o vírus superou R$ 1,8 bilhão. No período de 2017 a 2021, a aids causou a morte de 59 mil pessoas no país.
Quem poderá usar o novo tratamento contra o HIV?
No momento, o ministério definiu que a proposta será distribuída para um grupo prioritário (veja abaixo), mas novos públicos podem ser incluídos após uma revisão em seis meses que deve considerar prescrições e disponibilidade do produto.
Idade igual ou superior a 50 anos;
Adesão regular;
Carga viral menor que 50 cópias no último exame;
Ter iniciado a terapia dupla até 30/11/2023
Parceria com a Fiocruz
O tratamento, considerado um avanço para o Sistema Único de Saúde (SUS), será oferecido por meio de uma parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e é reconhecido como uma combinação inédita entre dois medicamentos eficazes para o tratamento de pessoas que vivem com HIV ou aids.
A produção foi possível por meio de uma aliança firmada em 2020 com as farmacêuticas ViiV Healthcare Company e GlaxoSmithKline (GSK) para transferência de tecnologia com foco na produção 100% nacional.
Além de suprimir a atividade viral de forma eficaz, o tratamento tem o benefício de aumentar a adesão por não demandar do paciente a administração de várias medicações, reduzindo ainda possíveis efeitos colaterais causados por interações medicamentosas.
GUIA MIRAI
(Por Revista Veja)
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