Cientistas identificam novo subgênero de coronavírus em morcegos do Brasil
- GUIA MIRAI

- há 15 horas
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Por Guia Miraí
Pesquisadores brasileiros e alemães identificaram um novo subgênero de betacoronavírus em morcegos do Nordeste do Brasil. A descoberta amplia o conhecimento sobre a diversidade viral presente na fauna silvestre e reforça a importância da vigilância científica contínua, mas não representa risco imediato à população, segundo os especialistas envolvidos.
O novo grupo viral foi denominado ambecovírus (American betacoronavirus) e pertence ao mesmo gênero ao qual fazem parte vírus conhecidos como o Sars-CoV-2, causador da Covid-19, e o Mers-CoV. A pesquisa é a primeira a conseguir o sequenciamento de dois genomas completos desse novo subgênero, além de outros genomas parciais.
As análises foram realizadas a partir de amostras coletadas em morcegos da região Nordeste. Entre os animais estudados, 19 testaram positivo para o ambecovírus. O estudo utilizou técnicas avançadas de metatranscriptômica, que permitem identificar e caracterizar material genético viral de forma ampla, associadas a análises de bioinformática de alta complexidade.
De acordo com o pesquisador Gabriel Wallau, da Fiocruz Pernambuco, a descoberta não deve causar preocupação. “Não é motivo para pânico. O estudo mostra que a diversidade viral em hospedeiros da região neotropical, que vai do México ao norte da Argentina, ainda é pouco conhecida. Isso aponta para a necessidade de uma abordagem sistemática para explorar e analisar o viroma dos morcegos”, explica.
A pesquisa foi conduzida por uma equipe multidisciplinar das áreas de virologia, entomologia, zoologia e bioinformática, com participação de profissionais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e colaboração do Bernhard Nocht Institute for Tropical Medicine, da Alemanha.
Especialistas destacam que morcegos desempenham papel essencial nos ecossistemas, como controle de insetos e polinização, e que estudos como este são fundamentais para antecipar riscos, aprimorar sistemas de vigilância e compreender melhor a evolução dos vírus, sem estigmatizar os animais.
A descoberta reforça a importância do investimento em ciência, monitoramento de vírus emergentes e cooperação internacional para prevenir futuras ameaças à saúde pública.









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