BRASIL REGISTRA PRIMEIRO CASO DE INFLUENZA AVIÁRIA DE ALTA PATOGENICIDADE EM GRANJA COMERCIAL
- GUIA MIRAI
- há 8 horas
- 2 min de leitura

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15), por meio de nota oficial, o primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Brasil. O caso foi registrado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, marcando um ponto crítico na vigilância sanitária do país.
Segundo a pasta, o vírus foi detectado após a notificação de mortalidade anormal de aves na unidade produtora. Amostras foram colhidas e analisadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, que confirmou a presença do subtipo H5N1, uma das variantes mais agressivas do vírus.
Este é o primeiro caso de IAAP em sistema de produção comercial no Brasil, apesar de casos anteriores já terem sido registrados em aves silvestres e de subsistência desde 2023. A introdução do vírus em ambiente de produção industrial eleva o alerta sanitário e exige medidas rigorosas para contenção e erradicação.
Em resposta ao caso, o Mapa informou que foi montada uma força-tarefa composta por agentes da Defesa Agropecuária, técnicos estaduais e órgãos municipais. Entre as medidas adotadas estão:
Interdição da granja afetada;
- Eutanásia imediata de todas as aves do plantel;
- Desinfecção e vazio sanitário da propriedade;
- Monitoramento das granjas num raio de 10 quilômetros;
- Suspensão temporária de movimentação de aves vivas na região.
Além disso, o Ministério notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), conforme protocolo internacional.
As autoridades reforçam que não há risco para o consumo de carne de frango ou ovos, pois o vírus não é transmitido por meio da ingestão de alimentos devidamente cozidos. No entanto, a ocorrência pode afetar as exportações brasileiras de carne de frango, uma vez que alguns mercados adotam barreiras sanitárias rigorosas diante de surtos da doença.
O Brasil é atualmente o maior exportador mundial de carne de frango, e o Rio Grande do Sul é um dos principais polos produtores do país. Analistas do setor agropecuário temem que o caso possa gerar restrições temporárias em mercados estratégicos, como União Europeia, Japão e países do Oriente Médio.
A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade tem se espalhado globalmente desde 2006, com surtos frequentes na Ásia, África e norte da Europa. Nos últimos anos, o H5N1 foi responsável por grandes prejuízos à avicultura mundial e chegou a infectar mamíferos e, em casos raros, humanos.
No Brasil, o primeiro registro da IAAP em aves silvestres ocorreu em maio de 2023. Desde então, o país vinha mantendo o status de livre da doença em produção comercial, o que agora deixa de ser o caso.
O Mapa informou que manterá a vigilância reforçada e ações de controle com base no Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. Também serão intensificadas campanhas educativas junto a produtores e trabalhadores da cadeia avícola para prevenir novas ocorrências.
A população é orientada a não manipular aves mortas ou com sinais de doença e a comunicar imediatamente casos suspeitos aos órgãos de defesa agropecuária.
GUIA MIRAI
Comments