ADOLESCENTES SÃO APREENDIDOS POR USAR IA PARA CRIAR E DIVULGAR FOTOS FALSAS DE COLEGA NUA EM ESCOLA DE VOTORANTIM SP

Por Guia Miraí

Dois adolescentes, de 15 e 16 anos, foram apreendidos após utilizarem tecnologia de Inteligência Artificial (IA) para produzir e divulgar imagens falsas de uma colega de 15 anos, retratando a jovem nua. O caso aconteceu em uma escola do município de Votorantim, interior de São Paulo, e causou grande repercussão na comunidade escolar e na cidade.

De acordo com a Polícia Militar, os agentes foram acionados para atender a ocorrência e rapidamente se deslocaram até a unidade de ensino. No local, os infratores foram encontrados junto à vítima, seu responsável legal e a diretora da escola. Todos foram encaminhados à delegacia para os procedimentos legais cabíveis.

Durante a ação policial, foram apreendidos dois aparelhos celulares usados para a criação e disseminação das imagens. Após o registro da ocorrência, os adolescentes foram liberados, ficando sob a responsabilidade dos pais.

A jovem vítima, que teve sua imagem manipulada, está recebendo acompanhamento psicológico para lidar com os impactos emocionais do caso. O atendimento é realizado por profissionais dos programas Psicólogos nas Escolas e Conviva, iniciativas que atuam na rede pública de ensino oferecendo suporte à saúde mental dos estudantes.

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) confirmou o ocorrido e lamentou o episódio. A pasta informou que os adolescentes envolvidos foram suspensos das aulas e que está prevista a transferência dos mesmos para outras instituições de ensino, como medida disciplinar e para preservar o ambiente escolar.

Além disso, os pais da aluna receberam orientações específicas para acompanhar e cuidar da saúde emocional da filha, evitando maiores danos decorrentes da exposição indevida e do assédio virtual.

Este caso traz à tona um problema crescente no ambiente escolar e nas redes sociais: o uso inadequado de tecnologias avançadas como a Inteligência Artificial para produzir e divulgar conteúdos que atentam contra a dignidade e a privacidade das pessoas, especialmente menores de idade.

Autoridades e especialistas reforçam a necessidade de políticas públicas eficazes, educação digital e acompanhamento psicológico para prevenir e combater essas situações, que podem gerar traumas profundos nas vítimas.

A escola e as autoridades locais seguem mobilizadas para garantir o acolhimento da jovem e a responsabilização dos envolvidos, além de intensificar campanhas de conscientização sobre o uso responsável da tecnologia e respeito mútuo entre os alunos.