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PROTESTOS NO NEPAL CONTRA BLOQUEIO DE REDES SÓCIAS TERMINAM COM 17 MORTOS E 400 FERIDOS

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • há 15 horas
  • 3 min de leitura
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Por Guia Miraí


Na segunda-feira (08), a capital do Nepal, Katmandu, foi palco de uma repressão violenta a um protesto contra o bloqueio de redes sociais e a corrupção no país. O evento resultou em tragédia, com pelo menos 17 mortos e 400 feridos. A manifestação ocorreu após o Ministério da Comunicação e Tecnologias da Informação do Nepal anunciar, na última quinta-feira (04), o bloqueio de 26 plataformas, entre elas Facebook, YouTube e LinkedIn, por não se registrarem junto ao governo, como exige a legislação local. Essa medida veio após uma deliberação da Suprema Corte do Nepal, que aprovou o bloqueio das redes sociais.


O Estopim do Conflito


O bloqueio dessas plataformas, considerado por muitos como uma censura à liberdade de expressão, gerou uma onda de indignação entre a população, que saiu às ruas para protestar contra o governo. A medida foi vista como uma tentativa de controlar as informações e suprimir o debate público, especialmente em um momento de crescente desconfiança nas instituições governamentais.


A manifestação começou de forma pacífica, mas a situação escalou rapidamente quando manifestantes tentaram romper o cordão de segurança e avançar em direção ao Parlamento. A polícia, em resposta, utilizou gás lacrimogêneo, jatos d’água, cassetetes e, finalmente, munição letal para dispersar a multidão. As imagens de brutalidade policial rapidamente se espalharam pela mídia e pelas redes sociais, aumentando a pressão internacional sobre o governo nepalês.


Repercussões Internacionais e a Resposta da ONU


A repressão violenta gerou reações contundentes de organizações internacionais. A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado pedindo uma investigação “rápida e transparente” sobre a violência registrada em Katmandu. Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, expressou sua preocupação com a gravidade da situação e a forma como a polícia tratou os manifestantes, ressaltando a necessidade de garantir os direitos humanos e a liberdade de expressão no país.


Enquanto isso, grupos de direitos humanos e defensores da liberdade de imprensa pediram uma ação mais firme da comunidade internacional, com foco na proteção dos direitos civis dos cidadãos nepaleses. A repressão ao protesto foi considerada um ataque à democracia e uma tentativa de silenciar a oposição ao governo.


A Repercussão no Nepal e a Possível Crise Política


Dentro do Nepal, o protesto contra o bloqueio das redes sociais é apenas o último capítulo de um crescente descontentamento com o governo. A corrupção endêmica e as políticas de controle da informação têm gerado uma sensação de frustração e impotência entre a população, que se vê cada vez mais excluída do processo político.


A morte de dezenas de pessoas e os mais de 400 feridos acenderam um alerta sobre o estado de direitos humanos no país e a forma como as autoridades tratam a dissidência. Em uma nação onde a liberdade de expressão e o direito à manifestação ainda são questões delicadas, a violência policial tem se mostrado uma ferramenta perigosa para silenciar a oposição e manter o controle sobre a população.


O Que Está em Jogo


A situação no Nepal levanta questões fundamentais sobre a liberdade de expressão e os direitos civis, além de destacar a crescente tensão entre as necessidades de governança e a vontade da população de expressar suas opiniões livremente. Com as autoridades locais aparentemente dispostas a utilizar a força para conter a insatisfação, o país enfrenta um período de incertezas políticas, sociais e econômicas.


A pressão internacional sobre o governo do Nepal deve continuar a crescer, especialmente à medida que mais detalhes sobre a repressão policial venham à tona. O futuro do país e a integridade de suas instituições democráticas agora dependem de uma resposta adequada à tragédia e do compromisso com a proteção dos direitos humanos de seus cidadãos.


O governo do Nepal, por sua vez, enfrenta um grande desafio: como conciliar as pressões internas e externas enquanto tenta manter a estabilidade política, sem recorrer à repressão violenta que, como evidenciado pelos últimos eventos, só agrava a crise.

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