top of page
logo branca.png

JUSTIÇA ABSOLVE RÉUS DO CASO NINHO DO URUBU; INCÊNDIO QUE MATOU 10 JOVENS ATLETAS DO FLAMENGO EM 2019

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

ree

Por Guia Miraí


Decisão judicial põe fim a uma das tragédias mais marcantes do esporte brasileiro


A Justiça do Rio de Janeiro absolveu todos os réus no processo referente ao incêndio ocorrido no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Clube de Regatas do Flamengo, que vitimou 10 jovens atletas das categorias de base em 8 de fevereiro de 2019. A decisão foi proferida na terça-feira (21) pela 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital, assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros.


Na madrugada de 8 de fevereiro de 2019, o fogo começou em um dos contêineres utilizados como alojamento provisório para os jovens atletas. Segundo as investigações, a principal suspeita é de que o incêndio tenha sido causado por um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado que permanecia ligado 24 horas por dia.


As chamas se alastraram rapidamente devido ao material inflamável utilizado na estrutura dos contêineres. O resultado foi uma das maiores tragédias da história do futebol brasileiro: dez adolescentes, entre 14 e 16 anos, morreram enquanto dormiam. Outras três pessoas ficaram feridas.


Na época do acidente, o Ninho do Urubu não possuía alvará de funcionamento, conforme informou a Prefeitura do Rio de Janeiro. O local era uma instalação provisória, mas era utilizada regularmente como dormitório para os jogadores da base. A falta de documentação e as condições inadequadas do espaço foram amplamente criticadas e geraram repercussões nacionais e internacionais.


Desde o incêndio, familiares das vítimas e representantes do Flamengo travaram longas batalhas judiciais. A investigação criminal apontou possíveis responsabilidades por parte de dirigentes do clube e de empresas envolvidas na construção e manutenção das instalações.


No entanto, a Justiça concluiu que não havia provas suficientes para condenar os réus por homicídio culposo ou outros crimes. Na sentença, o juiz destacou que, embora a tragédia tenha sido resultado de uma série de falhas e negligências, não ficou comprovado o dolo ou a responsabilidade direta dos acusados na morte dos jovens.


A decisão de absolvição gerou forte comoção nas redes sociais. Familiares das vítimas manifestaram indignação com o desfecho do processo, afirmando que a justiça “não foi feita” e que as vidas dos jovens foram tratadas com descaso. Por outro lado, defensores dos réus alegam que o processo foi conduzido de forma técnica e que a sentença respeitou os limites da lei.


Apesar do encerramento da esfera criminal, processos cíveis ainda tramitam para indenização das famílias das vítimas. Parte delas já firmou acordos com o clube, enquanto outras seguem em disputa judicial. As negociações envolvem valores milionários e discussões sobre responsabilidade moral e institucional.


O caso Ninho do Urubu permanece como um símbolo de negligência estrutural no esporte brasileiro e um lembrete sobre a importância da fiscalização e da segurança em instalações esportivas.

Mesmo após seis anos, a tragédia ainda ecoa entre torcedores, dirigentes e jovens atletas que sonham em seguir carreira no futebol.

Comentários


bottom of page