JUROS DO CARTÃO DE CRÉDITO ROTATIVO CHEGAM A 449,9% AO ANO E BATEM NOVO RECORDE NO BRASIL
- GUIA MIRAI
- há 8 minutos
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O Banco Central (BC) divulgou nesta sexta-feira dados alarmantes sobre o sistema de crédito no Brasil: os juros médios do cartão de crédito rotativo atingiram 449,9% ao ano no mês de maio. O número representa um novo recorde e acende um alerta para o endividamento das famílias brasileiras.
A elevação representa uma alta de 5,7 pontos percentuais em relação ao mês anterior, quando a taxa estava em 444,2% ao ano. Esses valores colocam o cartão rotativo como uma das modalidades de crédito mais caras do país e do mundo, muito acima da inflação e de outras linhas de financiamento.
O crédito rotativo é acionado quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão até o vencimento. Nesse caso, ele entra automaticamente em um financiamento temporário do saldo devedor, com juros aplicados diariamente. A recomendação de especialistas é que se evite ao máximo essa forma de crédito, já que os juros acumulados podem multiplicar a dívida rapidamente.
Segundo economistas, esse tipo de financiamento é utilizado principalmente por pessoas de baixa renda que não têm acesso a outras linhas de crédito mais baratas ou que enfrentam dificuldades financeiras momentâneas. O uso recorrente, no entanto, pode se tornar uma armadilha.
Apesar da explosiva alta do crédito rotativo, o relatório do BC aponta uma leve queda nas taxas de juros do cheque especial e do crédito consignado, sugerindo um cenário mais estável nessas modalidades.
• O cheque especial teve uma pequena redução, refletindo esforços do mercado financeiro em oferecer alternativas menos onerosas.
• O crédito consignado, por sua vez, segue com as menores taxas médias entre as principais linhas, já que os descontos são feitos diretamente na folha de pagamento.
O avanço nos juros do cartão de crédito rotativo preocupa entidades de defesa do consumidor e especialistas em finanças pessoais. Segundo a economista Carla Mendes, “o nível atual das taxas praticadas impede qualquer recuperação financeira dos devedores, tornando o crédito um ciclo vicioso de inadimplência.”
A recomendação principal é que os consumidores evitem atrasos no pagamento da fatura do cartão e, se possível, optem por parcelamentos ou empréstimos com taxas menores, como o crédito pessoal ou consignado. Renegociar dívidas com as instituições financeiras também é uma saída para evitar a bola de neve dos juros compostos.
Endividamento em alta
O cenário dos juros altos se soma ao aumento contínuo do endividamento das famílias brasileiras, que já compromete boa parte da renda mensal com dívidas bancárias, carnês, financiamentos e cartões de crédito.
A elevação da taxa básica de juros (Selic), embora esteja em trajetória de queda, ainda mantém o custo do crédito elevado, impactando diretamente o orçamento familiar.
GUIA MIRAÍ
(com informações de Plenl News)
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