IDADE MÍNIMA PARA APOSENTADORIA NO BRASIL PODE SUBIR PARA A 78 ANOS
- GUIA MIRAI
- há 6 horas
- 2 min de leitura

Um recente estudo do Banco Mundial lançou um sinal de alerta para o futuro da Previdência Social no Brasil. Segundo a análise, se não houver novas reformas ou ajustes nas regras atuais, a idade mínima para aposentadoria no país poderá subir de forma expressiva nas próximas décadas, alcançando 72 anos em 2040 e podendo chegar a 78 anos em 2060.
A constatação parte da análise da chamada "taxa de dependência", que representa a relação entre a população idosa (com 65 anos ou mais) e a população economicamente ativa (entre 20 e 64 anos). O estudo assume um cenário em que essa taxa se mantém nos mesmos níveis de 2020 — ano seguinte à promulgação da reforma da Previdência, aprovada em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro.
Envelhecimento acelerado da população
De acordo com os dados apresentados, o Brasil está passando por um processo rápido de envelhecimento populacional. Em 2020, a proporção de idosos era de 13% da população; em 2060, a estimativa é que esse número dobre, atingindo cerca de 26%. Isso significa que haverá menos trabalhadores contribuindo com o sistema previdenciário e mais pessoas recebendo benefícios, o que pode tornar o modelo atual insustentável financeiramente.
O Banco Mundial alerta que, sem mudanças, a carga sobre os trabalhadores ativos aumentará substancialmente. Aumentos na idade mínima para aposentadoria seriam, então, uma forma de equilibrar o sistema, prolongando o tempo de contribuição e reduzindo o tempo médio de recebimento de benefícios.
A reforma da Previdência de 2019 foi considerada um avanço importante, especialmente por instituir idade mínima para aposentadoria — 62 anos para mulheres e 65 para homens — e regras mais rígidas de transição. No entanto, o estudo aponta que essas mudanças não foram suficientes para lidar com o impacto do envelhecimento populacional a longo prazo.
Sem novas reformas, o sistema previdenciário brasileiro corre o risco de se tornar deficitário, exigindo aportes cada vez maiores do orçamento público para cobrir os benefícios, o que compromete investimentos em outras áreas essenciais, como saúde, educação e infraestrutura.
O relatório do Banco Mundial sugere algumas alternativas para enfrentar o problema de forma menos abrupta:
- Adoção de um sistema de pontos ou regras mais flexíveis, com ajustes automáticos baseados na expectativa de vida da população.
- Incentivo à previdência complementar (privada), com políticas que estimulem a adesão voluntária dos trabalhadores.
- Promoção do envelhecimento ativo, com políticas de inclusão e estímulo à permanência dos idosos no mercado de trabalho.
Combate às desigualdades regionais, que impactam diretamente a expectativa de vida e a capacidade contributiva dos trabalhadores.
O estudo do Banco Mundial reforça a necessidade de o Brasil encarar de forma urgente o debate sobre o futuro da Previdência. O aumento da idade mínima para aposentadoria pode parecer extremo, mas se apresenta como uma possível consequência de um sistema que ainda precisa se adaptar a uma nova realidade demográfica. Para evitar cenários drásticos no futuro, especialistas defendem um planejamento de longo prazo e um pacto social que envolva trabalhadores, empregadores e o Estado.
GUIA MIRAI
(Com informações de Agência Brasil)
コメント