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ESTUDO DA UFSCAR REVELA PRESENÇA DE NITRITO DE SÓDIO CANCERÍGENO EM SUCOS, VINHOS E ÁGUA MINERAL NO BRASIL

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • há 12 minutos
  • 2 min de leitura
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Por Guia Miraí

(Com informações de Universidade Federal de São Carlos - UFSCar)


Pesquisa identificou o composto em sucos, vinhos e água mineral industrializados; substância é proibida pela Anvisa


Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) identificaram a presença de nitrito de sódio, um aditivo químico considerado potencialmente cancerígeno, em sucos, vinhos e águas minerais industrializadas disponíveis no mercado brasileiro. O estudo, publicado em 20 de outubro de 2025, acende um alerta sobre a segurança alimentar e a fiscalização da indústria de bebidas no país.


De acordo com o relatório, o nitrito de sódio é um composto proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso em bebidas, mas ainda é amplamente utilizado em produtos cárneos como embutidos. Em contato com o organismo humano, o aditivo pode gerar nitrosaminas, substâncias associadas ao desenvolvimento de tumores no fígado, estômago e esôfago.


A pesquisa foi conduzida por um grupo interdisciplinar de cientistas da UFSCar, que utilizou um sensor eletroquímico inovador para detectar a presença do composto. O equipamento foi desenvolvido a partir de cortiça transformada em grafeno, material altamente condutor e sustentável.


O sensor, segundo os pesquisadores, permite identificar o nitrito de sódio de forma rápida, precisa e ecológica, sem a necessidade de métodos laboratoriais complexos. Essa inovação tecnológica poderá, no futuro, servir como ferramenta para monitoramento em larga escala de bebidas industrializadas no país.


O uso indevido do nitrito de sódio em bebidas pode estar relacionado a fraudes comerciais, especialmente em processos que visam alterar artificialmente a coloração e o aspecto de produtos oxidados, como sucos e vinhos. Essa prática compromete a qualidade dos produtos e representa sérios riscos à saúde dos consumidores.


De acordo com os especialistas envolvidos na pesquisa, a ingestão contínua da substância — mesmo em pequenas quantidades — pode contribuir para o aumento do risco de câncer e doenças hepáticas. A descoberta reforça a importância da rastreabilidade dos ingredientes utilizados pela indústria e da transparência nas informações dos rótulos.


O estudo foi divulgado em meio a um cenário de preocupações crescentes sobre segurança alimentar, agravado por recentes casos de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas no país.


Os pesquisadores da UFSCar ressaltam a necessidade de reforço na fiscalização sanitária, com ações conjuntas entre órgãos reguladores e laboratórios independentes.


Eles também alertam os consumidores para que verifiquem atentamente os rótulos, priorizando marcas confiáveis e evitando produtos com origem ou composição duvidosa.


“Embora o estudo ainda esteja em fase de validação, nossos resultados indicam uma realidade preocupante e reforçam a urgência de monitoramento mais rigoroso. A tecnologia desenvolvida poderá ser uma aliada na prevenção de riscos à saúde pública”, afirmaram os autores do trabalho.


A equipe da UFSCar já trabalha para aperfeiçoar o sensor de detecção e torná-lo aplicável em análises industriais em larga escala, permitindo que órgãos fiscalizadores e empresas utilizem o dispositivo para controle rápido e sustentável de qualidade.


Enquanto isso, especialistas em saúde pública recomendam prudência e atenção ao consumo de bebidas industrializadas, especialmente as de baixo custo ou procedência incerta.

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