CAMADA DE OZÔNIO ATINGE MAIOR ESPESSURA EM DÉCADAS E BURACO SOBRE A ANTÁRTIDA FICA ABAIXO DA MÉDIA HISTÓRICA EM 2024
- GUIA MIRAI
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Por Guia Miraí
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada às Nações Unidas, divulgou nesta segunda-feira (15) um relatório que aponta avanços significativos na recuperação da camada de ozônio, essencial para a proteção da vida na Terra contra a radiação ultravioleta. Segundo os dados, em 2024 a camada atingiu a maior espessura já registrada em décadas de monitoramento, representando um marco positivo após anos de preocupação com sua degradação.
O estudo mostra que o tradicional buraco que se forma sobre a Antártida a cada primavera no Hemisfério Sul apresentou dimensões menores que a média observada entre 1990 e 2020. O déficit de ozônio medido foi de 46,1 milhões de toneladas, resultado considerado abaixo do esperado para o período.
A camada de ozônio, localizada na estratosfera terrestre, funciona como um escudo natural que bloqueia a maior parte da radiação ultravioleta (UV) proveniente do Sol. Sem ela, os riscos para a saúde humana — como câncer de pele, catarata e enfraquecimento do sistema imunológico — seriam muito maiores. Além disso, a radiação excessiva afeta também a agricultura, os ecossistemas marinhos e a biodiversidade como um todo.
A recuperação gradual da camada está diretamente associada ao Protocolo de Montreal, tratado internacional assinado em 1987, que determinou a redução e posterior eliminação das substâncias que destroem o ozônio, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), presentes em aerossóis, sistemas de refrigeração e espumas plásticas.
De acordo com especialistas da OMM, o sucesso do protocolo é um dos exemplos mais concretos de cooperação internacional em prol do meio ambiente.
Apesar da melhora registrada em 2024, cientistas lembram que o buraco de ozônio pode variar em tamanho e intensidade a cada ano, influenciado por condições atmosféricas e climáticas. Ainda assim, o relatório reforça que a tendência de longo prazo é positiva.
A expectativa, segundo projeções da ONU, é que a camada de ozônio retorne aos níveis anteriores a 1980 entre 2040 e 2066, dependendo da região do planeta.
A OMM destaca que a recuperação da camada de ozônio não deve ser motivo para relaxamento diante de outros problemas ambientais. O aquecimento global, impulsionado pelas emissões de gases de efeito estufa, continua sendo a maior ameaça climática do século.
No entanto, os especialistas afirmam que a experiência bem-sucedida do Protocolo de Montreal serve de inspiração para a luta contra a crise climática, mostrando que medidas conjuntas e coordenadas podem trazer resultados concretos.
O fortalecimento da camada de ozônio em 2024 é considerado um dos sinais mais promissores de recuperação ambiental das últimas décadas. O resultado confirma que a ciência, aliada à ação internacional, pode reverter problemas antes vistos como irreversíveis.
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