Desde novembro, um surto de doença desconhecida já causou a morte de pelo menos 143 pessoas na República Democrática do Congo (RDC), de acordo com as autoridades locais. Os infectados apresentam sintomas semelhantes aos da gripe, como febre alta e fortes dores de cabeça. A origem da enfermidade ainda não foi identificada, o que tem gerado grande preocupação entre a população e as autoridades de saúde.
Os casos foram registrados entre os dias 10 e 25 de novembro, concentrados na zona de saúde de Panzi, localizada na província de Kwango. A área, predominantemente rural, enfrenta dificuldades no acesso a recursos médicos, o que tem agravado a situação. Mulheres e crianças compõem a maioria das vítimas, aumentando a gravidade do surto.
“A situação é extremamente preocupante, pois o número de pessoas infectadas continua aumentando”, afirmou Cephorien Manzanza, líder da sociedade civil local, em entrevista à Reuters. Ele destacou que a precariedade no fornecimento de medicamentos contribui para a disseminação da doença.
Em resposta à crise, o vice-governador de Kwango, Remy Saki, e o ministro da Saúde, Apollinaire Yumba, anunciaram no dia 2 de dezembro o envio de uma equipe médica à região afetada. O objetivo é coletar amostras biológicas dos pacientes para análise laboratorial, na tentativa de identificar a causa do surto.
Apollinaire Yumba alertou a população a evitar contato com os corpos das vítimas, como medida preventiva contra a possível transmissão da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também está envolvida nas investigações. Em um comunicado divulgado no dia 3 de dezembro, um porta-voz da OMS confirmou que a agência tomou conhecimento do surto na semana anterior. Desde então, equipes da OMS têm colaborado com o Ministério da Saúde congolês para investigar a origem e os meios de transmissão da enfermidade.
A situação em Panzi destaca os desafios de saúde pública enfrentados em regiões remotas da RDC. A falta de infraestrutura adequada e a limitação no acesso a serviços médicos dificultam a contenção de surtos e aumentam a vulnerabilidade das comunidades locais.
O surgimento de uma doença misteriosa em um contexto de fragilidade sanitária e social levanta preocupações globais sobre a potencial disseminação. As autoridades continuam monitorando o surto e realizando esforços para debelá-lo, mas o número crescente de casos ressalta a urgência de uma resposta mais robusta e coordenada.
Com o aumento das infecções e a ausência de um diagnóstico conclusivo, a situação em Kwango permanece crítica. O trabalho conjunto entre autoridades locais e internacionais será fundamental para entender a natureza da doença e evitar uma crise de saúde pública ainda maior.
GUIA MIRAI
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