"Se eu soubesse o que sei agora sobre como o álcool pode afetar o cérebro dos jovens adultos, eu teria sido um pouco mais cauteloso"

Premiado escritor de ciências, David Robson contou em primeira pessoa à BBC Future sobre as pesquisas científicas que vêm desmentindo antigas crenças sobre o consumo de álcool pelos jovens.
Confira um trecho:
"Aos 18 anos, meu cérebro ainda estava se transformando e só atingiria a maturidade pelo menos sete anos depois. Este processo altera a forma como reagimos ao álcool – e beber nesse período crítico pode ter consequências de longo prazo para o nosso desenvolvimento cognitivo.
Conversando com pesquisadores sobre os impactos do álcool sobre os jovens, fui surpreendido por muitas outras descobertas.
Pesquisas em todo o mundo começam a desmentir uma série de conceitos comuns sobre a idade e o álcool, como a ideia de que a cultura da bebida na Europa continental é mais saudável do que no Reino Unido ou nos EUA. Ou que permitir que os jovens bebam em casa com as refeições ensina a eles o consumo responsável do álcool.
Em volumes e frequências suficientemente altos, a bebida pode prejudicar o desenvolvimento de longo prazo do cérebro dos adolescentes.
Beber cedo também pode prejudicar a saúde mental e aumenta o risco de abuso de álcool em fases posteriores da vida. Isso é particularmente válido para pessoas com histórico familiar de alcoolismo – quanto mais cedo elas começam, maiores são as chances de desenvolver problemas com a bebida.
Mas como essas descobertas podem influenciar as escolhas dos adolescentes e as decisões dos pais sobre como e quando devem permitir que eles bebam em casa?
'Nossa mensagem é 'atrase o máximo que puder', orienta Lindsay Squeglia, neuropsicóloga da Universidade Médica da Carolina do Sul, nos Estados Unidos.
'O cérebro do jovem ainda está em desenvolvimento. Deixe ele desenvolver e ser o mais saudável possível antes de começar a se aventurar em coisas como o uso de álcool e outras substâncias.'"
GUIA MIRAI
(por BBC Brasil)
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