PAI E FILHO SÃO CONDENADOS A MAIS DE 30 ANOS DE PRISÃO POR ASSASSINATO MOTIVADO POR DISCUSSÃO SOBRE GALO
- GUIA MIRAI
- 1 de jul.
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Um caso inusitado e trágico ocorrido em Governador Valadares (MG) terminou com a condenação de pai e filho a penas superiores a 30 anos de prisão por homicídio qualificado. O crime, que chocou moradores da região, teve como motivação uma discussão envolvendo a venda de um galo.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a vítima foi morta de forma brutal após um desentendimento com os réus. O julgamento foi realizado na comarca de Governador Valadares e culminou com a condenação dos dois homens por homicídio duplamente qualificado — por motivo fútil e com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
O pai foi condenado a 35 anos de reclusão, enquanto o filho recebeu uma pena de 30 anos. Ambos deverão cumprir a sentença inicialmente em regime fechado.
De acordo com as investigações, o crime ocorreu em 14 de maio de 2023, na Rua Paraju, nº 230, no bairro Vale Pastoril, em Governador Valadares. Conforme a denúncia do Ministério Público, os réus, acompanhados de mais três indivíduos não identificados, foram até o bar da vítima José Carlos Alves de Oliveira e iniciaram uma discussão relacionada à venda de um galo.
Durante o desentendimento, o pai se armou com um revólver e disparou contra José Carlos, atingindo-o na mandíbula. Jackson Fernando dos Santos Alves, filho de José Carlos, ao tentar socorrer o pai, foi identificado pelo filho do atirador, que alertou que ele também era parente da vítima. Na sequência, o pai efetuou novos disparos, desta vez contra Jackson, atingindo-o na região abdominal. Jackson não resistiu aos ferimentos e morreu antes mesmo de chegar ao hospital.
Durante o julgamento, a defesa assumiu os disparos por parte do pai, mas negou a participação do filho, alegando legítima defesa no caso da morte de Jackson e tentativa de homicídio contra José Carlos. Pleitearam ainda o reconhecimento de desistência voluntária e a figura do homicídio privilegiado. No entanto, o Ministério Público conseguiu demonstrar que o filho concorreu para a prática criminosa ao indicar a identidade da vítima ao pai e contribuir para a execução dos crimes. A tese foi acolhida pelos jurados.
Segundo o promotor de Justiça Mateus Netto Coelho, os jurados de Governador Valadares demonstraram firmeza ao analisarem as provas, rejeitando as versões não comprovadas apresentadas pela defesa. “O crime foi grave e desolou uma família, que perdeu um filho e teve o pai com sequelas até hoje, além de ter demorado meses para conseguir fazer cirurgia para reconstruir sua mandíbula”, afirmou o promotor.
A sentença foi proferida na última semana e gerou grande repercussão na cidade. A população ficou impressionada com a banalidade da motivação e a severidade das penas aplicadas.
O caso serve como alerta para a escalada de conflitos motivados por desentendimentos triviais, e reforça a atuação firme da Justiça e do Ministério Público na responsabilização de crimes violentos, independentemente das circunstâncias que os originem.
GUIA MIRAÍ
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