PAI DE CRIANÇA AUTISTA FAZ APELO SOBRE FOGOS DE ARTIFÍCIO E BARULHO DE MOTOS: UM ALERTA NECESSÁRIO PARA O FINAL DE ANO
- GUIA MIRAI
- 29 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

Com a aproximação das festas de fim de ano, a prática tradicional de soltar fogos de artifício e realizar eventos com sons altos, como o barulho de motos sem escapamento, volta a gerar discussões sobre seus impactos. Embora esses elementos façam parte da cultura popular, muitas famílias têm vivido momentos de preocupação e sofrimento, especialmente aquelas com crianças autistas.
Um pai recentemente utilizou as redes sociais para alertar sobre os desafios enfrentados por crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) devido à sensibilidade auditiva exacerbada que caracteriza boa parte delas. Ele pediu empatia e conscientização, destacando os efeitos devastadores que o barulho excessivo pode ter no bem-estar de seus filhos.
Autismo e sensibilidade auditiva: um desafio constante
Conforme explica a psicóloga Aline Marotto, de Wenceslau Braz, crianças com TEA frequentemente apresentam uma sensibilidade sensorial muito mais aguçada. No caso dos sons, o impacto é especialmente intenso. “As crianças com TEA podem ter alterações sensoriais bem significativas, que se manifestam na sensibilidade a barulhos, cheiros, texturas, entre outros", pontuou a especialista.
Essa hipersensibilidade pode levar a crises de desregulação emocional causadas pela sobrecarga sensorial. “Elas podem ficar nervosas, se machucar ou até machucar outras pessoas nesses momentos de crise. O impacto emocional e físico pode ser profundo, com efeitos duradouros”, alertou Marotto.
Fogos de artifício e explosões: mais que um incômodo
Para muitas crianças autistas, o barulho dos fogos de artifício é sentido com uma intensidade muito maior do que para a maioria das pessoas. Isso pode desencadear reações como gritos, tentativas de fuga, busca por esconderijos e até mesmo crises de convulsão. O sofrimento vai além do momento da explosão, deixando marcas psicológicas que podem durar dias ou semanas.
O pai que fez o apelo nas redes sociais ressaltou como esses eventos tornam a vida de sua família mais difícil, pedindo que as pessoas reflitam sobre a importância de adotar alternativas menos invasivas, como fogos de artifício silenciosos, que já estão disponíveis no mercado.
O papel da sociedade e a busca por mudanças
O Brasil tem observado um aumento nos diagnósticos de crianças com TEA, o que torna urgente o debate sobre práticas inclusivas e respeitosas. Além de legislações e benefícios destinados a essas pessoas, é fundamental promover a conscientização da sociedade sobre os riscos gerados por práticas que desconsideram as necessidades sensoriais de indivíduos autistas.
Empatia como caminho para um futuro mais inclusivo
A história desse pai é um lembrete de que pequenas mudanças nos hábitos coletivos podem fazer uma grande diferença. Optar por fogos silenciosos ou evitar o uso de escapamentos barulhentos são passos simples, mas com impactos significativos na vida de famílias que convivem com o autismo.
À medida que o fim de ano se aproxima, é um momento propício para refletir sobre como nossas ações podem tornar as celebrações mais inclusivas e acolhedoras para todos. Afinal, a verdadeira alegria das festas está na união e no respeito mútuo.
GUIA MIRAI
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