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Foto do escritorGUIA MIRAI

O ÚLTIMO ADEUS: ENTENDENDO A CERIMÔNIA JUDAICA DE SEPULTAMENTO DE SÍLVIO SANTOS


O falecimento de uma figura tão icônica como Sílvio Santos, um dos maiores comunicadores do Brasil e empresário de renome, seria acompanhado de uma cerimônia de despedida imersa em tradição e respeito, conforme os preceitos do judaísmo. Para entender como seria o ritual em um caso assim, é importante explorar os elementos fundamentais da cerimônia judaica de sepultamento, que são profundamente enraizados na história e na fé do povo judeu.


1) A Importância da Simplicidade e Igualdade


Uma das características mais marcantes das cerimônias fúnebres judaicas é a simplicidade. Independentemente da posição social ou riqueza do falecido, o judaísmo enfatiza a igualdade na morte. Isso se reflete, por exemplo, no uso de caixões simples, normalmente de madeira não polida, sem adornos, que facilitam a decomposição natural do corpo, em consonância com o princípio de que "do pó viemos e ao pó retornaremos" (Gênesis 3:19).


2) O Velório e a Vigília


Após o falecimento, o corpo do judeu é mantido sob vigília constante, em um processo chamado "shomerim". Os "shomrim" (guardas) recitam Salmos e orações enquanto velam o corpo, um ato que expressa respeito pela alma do falecido e mantém a sua dignidade até o momento do sepultamento.


3) O Tahara: Purificação do Corpo


Antes do sepultamento, o corpo passa pelo "tahara", um ritual de purificação realizado pela Chevra Kadisha (Sociedade Sagrada), uma confraria de homens ou mulheres judeus piedosos e dedicados a preparar os corpos para o enterro. O corpo é lavado e vestido em uma mortalha branca simples, chamada de "tachrichim", simbolizando pureza e igualdade.


4) O Enterro: Retorno ao Pó


No judaísmo, é considerado um grande mérito ser sepultado o mais breve possível, geralmente dentro de 24 horas após a morte, embora haja flexibilidade em casos de necessidade. O enterro é simples e direto, sem embalsamento ou cremação, em respeito à crença na ressurreição dos mortos. Durante o sepultamento, é comum que os presentes participem simbolicamente, jogando terra sobre o caixão, um ato de despedida final e de retorno à terra.


5) A Shivá: O Período de Luto


Após o enterro, a família do falecido inicia a "shivá", um período de sete dias de luto em que permanecem em casa, recebendo visitas de amigos e parentes que vêm oferecer condolências e apoio. Durante a shivá, os enlutados se abstêm de atividades cotidianas e se dedicam à memória do falecido, recitando orações como o "Kaddish", uma oração em aramaico que exalta a santidade de Deus, e que é recitada em nome do falecido.


A Figura de Sílvio Santos e o Legado que Fica


Sílvio Santos, cujo nome de nascimento é Senor Abravanel, sempre manteve sua identidade judaica de maneira discreta, mas presente. Sua morte marcaria o início de um período de luto para a comunidade judaica e para o Brasil como um todo, um momento para refletir sobre o legado de um homem que transformou a comunicação no país e tocou a vida de milhões de pessoas.


Assim, a cerimônia fúnebre de Sílvio Santos seria um evento cercado de reverência e simplicidade, em consonância com os valores que ele sempre prezou, tanto em sua vida pessoal quanto em sua trajetória profissional. Seria uma despedida que não apenas honraria sua memória, mas também perpetuaria a tradição e a fé que guiaram sua jornada.


GUIA MIRAI 

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