JUSTIÇA CONDENA BRF POR NEGLIGÊNCIA APÓS FUNCIONÁRIA PERDER GÊMEAS NA PORTARIA DA EMPRESA
- GUIA MIRAI
- 1 de jul.
- 2 min de leitura
Caso chocante expõe descaso com gestante em trabalho de parto; BRF foi condenada, mas recorre da decisão

Uma funcionária da BRF — uma das maiores companhias do setor alimentício do Brasil — sofreu um trágico episódio enquanto cumpria expediente em uma das unidades da empresa. Grávida de gêmeas, a trabalhadora entrou em trabalho de parto durante o turno, mas, segundo a denúncia, não recebeu autorização dos gestores para deixar o local. Como resultado da negativa, ela acabou dando à luz na portaria da empresa. As duas recém-nascidas não resistiram.
O caso gerou forte comoção e repercussão nas redes sociais, levantando debates sobre direitos das gestantes no ambiente de trabalho e a responsabilidade das empresas em situações emergenciais.
De acordo com o processo, a funcionária havia informado aos supervisores que sentia contrações e precisava de atendimento médico urgente. Ainda assim, foi orientada a permanecer no posto até o fim do expediente. Sem alternativa e com o agravamento do quadro, ela deixou o setor e se dirigiu sozinha à portaria, onde entrou em trabalho de parto. As gêmeas nasceram ali mesmo, mas morreram pouco tempo depois.
Na última semana, o Tribunal de Justiça do estado condenou a BRF ao pagamento de indenização por danos morais à funcionária. A decisão apontou negligência da empresa e violação dos direitos trabalhistas e humanos. A quantia da indenização não foi divulgada, mas a sentença destacou o sofrimento extremo causado à trabalhadora pela omissão de socorro e pela recusa em liberá-la a tempo de buscar atendimento médico adequado.
Apesar da condenação, a BRF recorreu da decisão, alegando que ainda cabe análise de provas e que “sempre prezou pela segurança e bem-estar de seus colaboradores”.
A defesa da funcionária, por sua vez, afirmou que a empresa falhou de maneira inaceitável e que a tentativa de reverter a sentença “revitimiza a mãe e nega o que já está claro nos autos”.
Organizações que atuam em defesa dos direitos das mulheres e da saúde materna têm acompanhado o caso e reforçado a importância de políticas corporativas de acolhimento a gestantes, além de medidas legais mais rigorosas para prevenir novas tragédias como essa.
GUIA MIRAI
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