A farmacêutica AstraZeneca foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização de R$ 1,1 milhão à família da promotora de Justiça Thais Possati, que faleceu em 2021 aos 37 anos, quando estava grávida de 23 semanas, após receber uma dose da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório.
Thais Possati, promotora atuante no estado de São Paulo, recebeu a vacina contra a Covid-19 em meio à campanha nacional de imunização, que na época não apresentava contraindicações específicas para gestantes fora do grupo prioritário. Pouco tempo após a aplicação, Thais apresentou sintomas graves que evoluíram para um quadro de complicações fatais, resultando na morte dela e do bebê que esperava.
Na decisão, o tribunal considerou que a farmacêutica não havia realizado testes específicos em gestantes durante o desenvolvimento da vacina. Essa ausência de estudos clínicos mais amplos, segundo a sentença, comprometeu a segurança do imunizante para este grupo específico, o que teria contribuído para o desfecho trágico.
Em sua defesa, a AstraZeneca argumentou que seguiu todos os protocolos exigidos pelas autoridades de saúde internacionais e locais durante o desenvolvimento e a distribuição da vacina. A empresa destacou que o contexto emergencial da pandemia demandou uma resposta rápida para conter a disseminação do vírus, o que limitou a realização de testes clínicos em grupos específicos como gestantes.
O caso de Thais Possati levantou discussões sobre a segurança das vacinas aplicadas em situações emergenciais e a responsabilidade das empresas farmacêuticas diante de efeitos adversos graves. Autoridades de saúde reforçaram que vacinas são essenciais no combate à pandemia, mas reconheceram a necessidade de mais transparência e estudos para grupos vulneráveis.
A sentença ainda cabe recurso, mas representa um marco importante no debate sobre responsabilidade farmacêutica e saúde pública durante emergências globais.
GUIA MIRAI
(com informações de Portal Metrópoles)
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