
Na noite deste domingo(2), o cinema brasileiro escreveu mais um capítulo memorável em sua história. O filme Ainda Estou Aqui venceu o Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, tornando-se uma das produções mais aclamadas do ano. O reconhecimento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos reforça a força do cinema nacional e sua capacidade de emocionar o público mundial.
Por trás do sucesso do longa, há uma narrativa poderosa e essencial: a luta pela memória e pela justiça. Inspirado em fatos reais, Ainda Estou Aqui aborda as cicatrizes deixadas pela ditadura militar no Brasil, retratando a dor dos desaparecidos políticos e a incansável busca de suas famílias por respostas.
A celebração desta conquista inevitavelmente nos remete a uma figura histórica: Eunice Paiva. Advogada e defensora dos direitos humanos, Eunice teve sua vida marcada pela repressão e pela busca pela verdade. Seu marido, Rubens Paiva, foi preso e desapareceu durante o regime militar, tornando-se um dos casos mais emblemáticos da violência estatal da época.
Após o desaparecimento de Rubens, Eunice dedicou sua vida à causa dos direitos humanos, lutando pela memória dos perseguidos políticos e pelo direito das famílias de saberem a verdade sobre seus entes queridos. Sua trajetória ecoa com a mensagem central de Ainda Estou Aqui: a importância de nunca esquecer aqueles que tiveram suas vozes silenciadas.
A vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar marca um momento histórico para o Brasil. O país já havia sido indicado outras vezes na categoria de Melhor Filme Internacional, mas esta conquista reafirma o talento e a relevância do cinema nacional no cenário global.
O filme, dirigido por um dos cineastas mais respeitados do país, foi aclamado pela crítica por sua abordagem sensível e impactante. A narrativa, que combina drama e memória histórica, emocionou audiências ao redor do mundo, gerando debates sobre justiça e direitos humanos.
Além do prêmio principal, Ainda Estou Aqui também foi elogiado por suas atuações, com destaque para a performance emocionante da atriz protagonista, que deu vida à luta incansável de uma mulher em busca de respostas.
Memória, verdade e justiça
A vitória de Ainda Estou Aqui não é apenas um triunfo cinematográfico, mas também um símbolo da importância da memória histórica. Em tempos de debates sobre a democracia e a necessidade de reconhecer os erros do passado, o filme surge como um lembrete poderoso de que algumas histórias jamais podem ser esquecidas.
Assim como Eunice Paiva dedicou sua vida à busca pela verdade, o cinema brasileiro continua desempenhando um papel essencial na preservação da memória coletiva. A conquista do Oscar é uma homenagem não apenas ao talento artístico, mas também à resiliência de todos aqueles que nunca deixaram de lutar por justiça.
Hoje, o Brasil celebra não apenas um prêmio, mas um compromisso renovado com a verdade e a lembrança daqueles que ainda ecoam na história: Eles ainda estão aqui.
GUIA MIRAI
Comentarios