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FENÔMENO DA MARÉ VERMELHA EM ILHABELA (SP) GERA DISCUSSÃO SOBRE FIM DOS TEMPOS E PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL (Assista o vídeo)

  • Foto do escritor: GUIA MIRAI
    GUIA MIRAI
  • 28 de abr.
  • 2 min de leitura

O fenômeno tem gerado debate entre a população, com muitos relacionando a maré vermelha a sinais de degradação ambiental extrema, discutindo temas como mudanças climáticas, crescimento desordenado urbano e até mesmo teorias sobre o "fim dos tempos".


Um fenômeno chamativo e preocupante coloriu as águas do litoral de Ilhabela recentemente: a chamada maré vermelha. O evento foi registrado durante uma saída de campo do Projeto Toninhas de Ilhabela, surpreendendo pesquisadores e moradores locais. Apesar da aparência curiosa, o fenômeno carrega implicações sérias para a vida marinha e para a saúde pública.


A maré vermelha ocorre quando há proliferação excessiva de algas marinhas, formando extensas manchas avermelhadas ou amarronzadas na superfície do mar. Segundo o pesquisador Cláudio Barbosa, do Laboratório de Instrumentação de Sistemas Aquáticos (LabISA), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a ocorrência pode ser favorecida por fatores ambientais como temperatura elevada da água, grande aporte de nutrientes (como nitrogênio e fósforo) e intensa radiação solar.


Essa não é a primeira vez que Ilhabela presencia a maré vermelha. Em registros anteriores, análises laboratoriais identificaram o micro-organismo Mesodinium rubrum como o principal agente. Embora não seja classificado como tóxico, ele pode criar condições propícias para a proliferação de algas tóxicas, que se acumulam em peixes e mariscos – alimentos que, ao serem consumidos por humanos, representam riscos à saúde.


Além do perigo relacionado à cadeia alimentar, o fenômeno pode trazer outro impacto grave: a diminuição do oxigênio na água. Como explicou André Pardal, pesquisador do Centro de Biologia Marinha da USP (Cebimar), "quando o ciclo de vida dos bilhões de micro-organismos que formam a maré vermelha chega ao fim, ocorre uma morte em massa. A decomposição desses organismos consome grandes quantidades de oxigênio, provocando zonas hipóxicas (com pouco oxigênio), que podem resultar na morte de peixes, moluscos e outros seres marinhos".


Causas em Investigação


Apesar das hipóteses, ainda não há confirmação de qual espécie está causando a atual maré vermelha em Ilhabela. Segundo os pesquisadores, investigações já foram solicitadas junto ao Cebimar, à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e outros órgãos competentes para análise da água e do plâncton presente.


Uma das suspeitas apontadas pelos estudiosos é a presença elevada de matéria orgânica nas águas costeiras, especialmente relacionada ao esgoto doméstico despejado irregularmente no mar – um problema crônico em várias áreas do litoral paulista. Com o verão apresentando temperaturas mais altas e chuvas mais intensas, o aporte de nutrientes às águas costeiras pode ter sido intensificado, favorecendo ainda mais a proliferação algal.


Reflexos e Preocupações


O fenômeno tem gerado debate entre a população, com muitos relacionando a maré vermelha a sinais de degradação ambiental extrema, discutindo temas como mudanças climáticas, crescimento desordenado urbano e até mesmo teorias sobre o "fim dos tempos".


Enquanto a investigação científica busca respostas concretas, especialistas alertam que episódios como este tendem a se tornar cada vez mais frequentes caso não haja políticas públicas eficazes de saneamento, tratamento de esgoto e conservação ambiental.


O Projeto Toninhas de Ilhabela e outras entidades continuam monitorando a situação e reforçam a importância de alertar a população para os riscos potenciais. A recomendação é evitar o consumo de frutos do mar provenientes das áreas afetadas até que novas análises sejam concluídas.

GUIA MIRAI

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