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  • Foto do escritorGUIA MIRAI

CRISE AMBIENTAL AMEAÇA FUTURO DO BIOMA EM MEIO À SECA HISTÓRICA E RECORDE DE INCÊNDIOS


25 de setembro, Dia da Amazônia – Um momento que deveria ser de celebração e conscientização ambiental se torna um sinal de alerta urgente para o futuro do bioma amazônico. Neste 25 de setembro, o Dia da Amazônia é marcado por uma crise sem precedentes, com a intensificação de uma seca severa que já é considerada uma das piores da história recente, aliada a um número recorde de queimadas.


Segundo a Reuters, a situação dos rios amazônicos é alarmante. Muitos já estão nos níveis mais baixos já registrados, e a previsão do Serviço Geológico do Brasil (SGB) é de que a situação deve piorar nas próximas semanas. A combinação de temperaturas extremamente altas e chuvas muito abaixo da média, em um cenário que sucede um ano já marcado pela seca, desenha um futuro sombrio para a Amazônia nos próximos meses.


O rio Amazonas, em particular, corre o risco de se tornar inavegável para grandes embarcações já na próxima semana, um cenário que deve se estender até o final do mês. Com a intensificação da seca, as operações logísticas para abastecimento de Manaus foram reforçadas, mas o governo não descarta o risco de escassez de produtos e aumento de preços.


Dados do Monitor das Secas, da Agência Nacional de Águas (ANA), revelam que a Região Norte do Brasil é a mais afetada pela seca extrema, sendo o estado do Amazonas o mais atingido. A revista Cenarium reporta que 98% do território do Amazonas vive atualmente sob condições extremas de seca, com áreas inteiras enfrentando um colapso hídrico. Apenas o estado de Rondônia escapou de um aumento significativo na área afetada pela estiagem.


Além da seca, a Amazônia enfrenta um número alarmante de queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o mês de agosto de 2024 foi o pior em termos de focos de incêndio desde 2005. Foram registrados 38.266 focos de fogo, com o Pará liderando o triste ranking com 13.803 ocorrências, seguido pelo Amazonas com 10.328 e Mato Grosso com 7.046.


A relação entre desmatamento e incêndios é evidente, especialmente no sul da Amazônia, onde a abertura de novas áreas para agricultura e pecuária contribui para a disseminação do fogo. “O desmatamento é caro. O fogo é muito mais barato, é só comprar gasolina e sair espalhando”, afirmou Rodrigo Agostinho, presidente do IBAMA, em entrevista à Agência Pública.


A falta de responsabilização também agrava o problema dos incêndios. O emblemático “Dia do Fogo” de 2019, um episódio marcado por queimadas criminosas coordenadas, terminou sem que ninguém fosse formalmente indiciado, um exemplo claro de como a sensação de impunidade continua a alimentar as práticas ilegais na região. “As pessoas precisam entender que não compensa colocar fogo. Temos outro problema que é a impunidade ambiental. Quem coloca fogo precisa ser responsabilizado”, reiterou Agostinho.


Neste Dia da Amazônia, o Brasil e o mundo refletem sobre a importância de preservar o maior bioma tropical do planeta, que enfrenta uma crise sem precedentes. A seca histórica, combinada com o aumento das queimadas e a falta de ações efetivas para coibir a degradação ambiental, coloca em risco não apenas a biodiversidade da região, mas também a qualidade de vida das populações locais e o equilíbrio climático global. A Amazônia clama por socorro, e a urgência em protegê-la nunca foi tão evidente.


por GUIA MIRAI

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